5 de abr. de 2012

Mais uma de amor


            
             Sim, eu sofro por amor.
         Mas isto não me faz triste. Sofro por que sinto meu peito arder em chamas quando penso em você. É como se as lavas de todos os vulcões me cobrissem o corpo e me desmanchassem, me transformando em uma porção ínfima que escorre pelo mundo, mostrando que ali esteve.
         Arde com tanto calor que inflamam as veias e saltam e gritam por teus toques e resfriam-se em seguida na geleira do seu sentimento. Geleira que nunca será suficiente para apagar o brilho que reluz e emana do centro do meu coração. Luzes que se assemelham aos raios do sol de tão fortes e calorosas. Assim é meu amor por você.
         Sofro quando espero para vê-lo chegar e passar pela porta para me beijar ardentemente e juntos nos jogarmos em nosso deleite galáctico, rodeados de estrelas e luzes, mas que por vezes nos mal conduz, levando-nos a buracos negros que o sugam e o levam pra longe de mim. Tento segurar suas mãos para que não nos percamos, mas você as parece recolher para que eu não as alcance. E sofro novamente ao ver você se perder em uma via que não conseguirei mais localizá-lo. E assim, para onde irá todo o amor que tenho por você? Devo eu atirá-lo no mesmo caminho que tomou, na tentativa de que ele o alcance e que você o leve para sempre como seu companheiro? Ao menos meu amor estaria consigo!
         Sim, eu sofro por amor! Sofro por não poder amá-lo e por saber que é tanto amor que em mim já não cabe. Dedico-o parte a mim, mas ainda assim sobra tanto que chega a transbordar. E não vou, não, atirá-lo em sua direção como eu achava que deveria, afinal, ele pode não chegar até você e assim se perder, e, mais uma vez, eu sofrerei por amor. Sofrerei pelo amor que será jogado em vão.
         Sofro sim pelo amor que poderia dividir com você. E por mais que ele seja compartilhado com outros milhares hoje, me sobra tanto que a única pessoa que me vem à cabeça para recebê-lo não o pode fazer, ou não o quer... Já não importa mais.
         Sofro sim, pois a única coisa que sei fazer é amar. Amar é minha sina, é meu prazer e também meu algoz. É como ver nascer o sol em uma bela manhã de Outono e de repente sentir minhas retinas secarem de tão resplandecente momento. Assim eu amo, e assim é que sei amar.
         Se este amor for uma doença, que assim seja até os últimos raios que me iluminam o caminho, pois se amar é uma doença, então dela sofrerei e por ela sofrerei, até que em mim já não reste uma gota de amor para dedicar a você, Mundo. Meu Mundo.
         Sim, sofro. Sofro por amor por sofrer de amor. Mas assim não fosse, sofreria de tristeza por não poder amar. Afinal, como diz a canção: O que seria de mim sem ti, Amor?

Um comentário:

  1. Que lindo, meu baby! Que lindo! Que triste, e que lindo!
    O amor enobrece quem o sente, alguém já disse...

    Eu aceito esse amor todo, não tem problema. Se não couber em mim, divida com outros amigos, eu não sou ciumenta hahahahahahahahahahahaha até parece.


    Vai passar. Dói, mas passa.


    Saudades, baby.

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