23 de fev. de 2012

Diário de uma readaptação

Chapter 1 – A chegada
         
        Aracaju, 19 de fevereiro de 2012, 12:02, pousa no aeroporto internacional o voo  que me traz de volta às origens.  Sou extremamente bem recepcionado pela imagem que tanto eu esperava rever em minha vida. Do alto de um céu azulado e com poucas nuvens, posso avistar toda a costa sul do estado. Uma das mais belas visões que já tive em minha vida.
         O mar, azul como o céu por onde passeio neste momento, me dá as boas vindas merecidas. Vejo bem de longe a marca da espuma das ondas que quebram próximas ao leito de areias brancas e límpidas como não avistava há tempos. A água é tão azul e límpida que chega a ser confundida com o próprio céu, pois quando olho de cima, vejo as nuvens que passam abaixo do avião e em cima do azul do mar causam uma impressão jamais vista em minha vida. É simplesmente lindo e me dá ainda mais ganas de sair correndo em direção ao litoral e gritar que sou livre, que estou feliz, muito feliz por estar aqui.
         Sou maravilhosamente recebido por um taxista, lindo, diga-se de passagem, que segue conversando comigo sobre todas as mudanças e melhorias da cidade enquanto ele me conduz à casa de minha mãe, que me aguarda com almoço pronto (huuummmm, que vontade de comida de mamãe!!!). Conversamos sobre tudo, sobre o tempo quente e com ventos deliciosos e refrescantes que nos assopram enquanto seguimos por belas avenidas reformadas e cada vez mais modernas.  Conversamos até sobre meu último emprego! Acreditem, ele conhece a Hertz que havia aqui em Aracaju e aguarda a vinda novamente da loja para a cidade ainda este ano.
         Seguimos nosso caminho e conversas afins e eis que me deparo com o primeiro manifesto público de celebração de Carnaval, um bloco de rua que desfila justamente pelo bairro onde morarei (bloco tal que eu cheguei a pular um ou outro carnaval mais de 10 anos atrás).
         Chego em casa, toco a campainha e eis que surge a mulher que me deu a vida, seu nome, Selma.  Ela conversava com uma velha amiga sua, Naia, gente boníssima, e um tanto louca como eu. Conversamos, almoçamos, falamos do calor e vamos para a rua, afinal, para quem não dormiu a noite toda de tanta ansiedade, não teria razões para sequer me deitar e deixar de aproveitar este clima delicioso e quente no qual eu não me arrependo de ter escolhido viver neste momento.
         As lágrimas que até então eu havia chorado no dia anterior ao me lembrar de que seria o último dia em Sampa, terra amada, idolatrada, salve-salve, cessaram de vez ao me dar conta de que eu estava onde deveria estar, aliás, onde devo estar, independente de acreditarem ou não na minha escolha.
         O calor é grande! Nesta tarde linda do dia 19, o rei sol decidiu me receber com seu belo sorriso de 35°C. Mas a brisa é tão suave, é tão terna, é tão acolhedora... não poderia me sentir mais bem recebido de forma alguma.
         Resolvemos sair, e é maravilhoso encontrar velhos rostos na rua onde morei por alguns anos de minha adolescência. Nossa que delícia! As pessoas te receberem com o mesmo carinho daqueles tempos primórdios, onde eu era apenas um garoto chato e rebelde!
Abraços, boas vindas, beijos e mais beijos, carinho, saudades que são deixadas para trás depois de tantos anos sem nos vermos (mas ainda assim as pessoas não acreditam que eu tenha vindo para ficar desta vez hehehe porque é tão difícil acreditar nisso? Só pelo fato de eu ser desesperadamente apaixonado por São Paulo?).
         E os reencontros continuam conforme ando pelas ruas... o sorriso no rosto dos velhos conhecidos é muito acolhedor. Sigo meu passeio pela tarde acompanhado de minha mãe, vamos até a casa de uma das minhas tias, a minha preferida, dona Hilda. Conversamos, damos risadas, falamos palavrões, pois só minha tia sabe me acompanhar nisso, e então seguimos já ao cair da tarde para o centro da cidade. Tantas luzes ornam a bela Aracaju neste momento, tanta coisa nova, tanta informação, tudo que terei que reaprender sobre os locais e como me deslocar neles... tão gostoso!
         Finalmente, noite... ar fresco... somente minha mãe e eu em casa, fazemos nossa refeição e ficamos a conversar e darmos risadas da vida, e claro, falar sobre familiares hehehe às vezes bem, às vezes não tão bem, mas nunca mal! Hehehe
         Banho!!!! Ai que hora mais feliz!!! Descreverei: Sabe aquela água morna e gostosa que temos nos nossos caros chuveiros elétricos que tanto consomem nossa preciosa energia? Pois é... a água aqui é na mesma temperatura, o tempo todo! Mas o detalhe é que não necessito de chuveiro elétrico para isso! A temperatura ambiente da água é simplesmente a mais deliciosa do mundo! Escorre e te limpa e te revigora sem te queimar, sem te desgastar a pele. É como mergulhar em mar naturalmente aquecido.
         E então, após todas estas primeiras impressões e tão delicioso sentimento de estar onde se quer estar neste momento, cama... vou dormir, vou descansar de toda a correria, de toda a ansiedade, de tudo que me estragou o estômago nas últimas três semanas.
         Amanhã é dia de sair logo cedo... aproveitar o belo dia de céu puramente azul, ir às compras, pois roupas de verão Nordestino é tudo o que não tenho, e se eu não compra-las logo, vou definhar dentro de meus panos! Planos do dia 20? Sair com minha mãe logo cedo, comprar, comprar, comer, comprar e depois... só esperando o segundo capítulo para lhes dizer. Por enquanto, a única coisa que posso lhes dizer é que sentirei muitas saudades de quase tudo e quase todos que ficaram em minha amada terra natal, mas tudo o que quero neste momento está aqui, ao meu alcance e por isso durmo feliz... esta noite não terei insônia!
         Allan Douglas.
Aracaju, 19/02/2012, 23h00.
Ps: Hoje foi aniversário da minha irmã Monique e de minha amiga Janaina... Eu lembrei de vcs, mas por estar sem telefone e sem net ainda, não pude parabeniza-las... Mas sintam-se beijadas!

2 comentários:

  1. Amigo estou te acompanhando... como é gostoso sentir suas palavras invadindo minha alma... seja feliz... bju amoreco

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  2. Adoreiii!
    Até eu fiquei com vontade de ir pra Aracaju depois desse texto. Escreva mais!
    Bjos

    Vicky

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